sábado, 24 de novembro de 2012

O GOLEIRO BRUNO, O LEVITA E O VALOR DA VIDA


A Bíblia conta a história de um levita, em Juízes 19, que saiu errante com sua concubina e tendo chegado em  Gibeá, passou ali a noite. Depois de permanecer na praça, um homem velho efraimita que morava em Gibeá lhe deu guarida. Porém, os moradores daquela região cercaram a casa,  insistiram e tomaram sua companheira (do levita) e abusaram dela sexualmente até ao amanhecer. Não resistindo, veio a falecer. Seu companheiro a esquartejou e enviou pedaços de seu corpo às doze tribos. O ocorrido causou grande indignação dos filhos de Israel para com os habitantes de Gibeá e houve guerra entre eles. Alguns, hoje, advogam que aquele levita estava fora do plano de Deus e por isso tudo aquilo sobreveio a ele. Nossas teologias igrejeiras têm a teimosa mania de relacionar toda as tragédias aos pecados das vítimas. Esquecem que o contexto (capítulos 17 a 21) fala de um período de apostasia, de um povo que servia a Deus, mas deixou-se corromper pelos costumes pagãos e enfoca a violência de uma gente sem rei e sem lei (v.1). Naquele tempo todos faziam o que queriam porque Sansão teve o seu ministério encurtado por conta de sua desobediência e foi ceifado cedo, antes de cumprir seu tempo de juiz.  O peregrino não queria passar a noite em cidades que não fossem de Israel, por isso escolheu aquela cidade, mas infelizmente Gibeá estava tomada da violência e crueldade, típicas dos antigos moradores cananeus. Em Lucas 13.1-5, o Senhor Jesus mostra claramente que homens bons e maus morrem de igual modo, e todos devem se arrepender igualmente. Ele próprio não tinha pecado e morreu tragicamente numa Cruz para nos salvar. E o que dizer dos apóstolos, cuja história relata que morreram todos martirizados? E Estevão? E Paulo? E Policarpo? e Jonh Huss?

Assisti, no Jornal Hoje, um lamentável levantamento de quanto o jogador Bruno, goleiro do Flamengo, clube carioca, poderia acumular de riquezas se continuasse jogando. Disse o especialista que se permanecesse no Brasil, acumularia 40 milhões de reais e se fosse transferido para o exterior poderia chegar aos 100 milhões. Esta é a realidade da sociedade e do mundo em que vivemos. Em pleno processo investigativo, onde o esportista é suspeito de haver mandado matar uma ex-namorada, a rede Globo de Televisão teve a brilhante ideia de calcular quanto o homem perderá em dinheiro. Alguém na emissora citada poderia citar quanto vale a vida da Eliza? A dor dos pais dela? As consequencias sobre a vida da criança que hoje completa cinco meses de vida? Os resultados psicológicos na vida dos participantes desse crime bárbaro, como o adolescente que presenciou toda a cena e confessou que não consegue deixar de ver Eliza?

Quanto vale a vida? Quanto vale uma alma para o Reino de Deus? Ou vamos brincar de determinismo agora e dizer que foi assim porque não era para ela ser salva mesmo, afinal era uma "modelo" ou que participou de filmes adultos e por isso mereceu esse tipo de morte? Morte descrita com requinte de crueldade, nem mesmo visto nos filmes de Mel Gibson. Disse o delegado que as últimas palavras da moça teriam sido: "Eu não aguento mais apanhar". Ninguém diz isso sem antes ser maltratada como um verme, um bicho. Li nos muitos jornais de nosso país que os criminosos teriam desossado o corpo (como um animal, um boi de frigorífico), dado sua carne para cães de raça rottweiler e depois concretado os ossos para não serem descobertos.

A investigação ainda corre, mas quero chamar a atenção para o que o ser humano sem Deus é capaz de fazer. E agora não importa tanto se o Bruno foi abandonado pelos pais quando bebê e criado pelos avós. Conheço muita gente abandonada em portas de casas de estranhos que crescem e são pessoas de bem. Os calvinistas estão certos quando falam de depravação total ou os arministas quando alegam que foi parcial? E por que a Igreja é tão omissa enquanto o assunto comove a nação inteira e não se pronuncia contra ou a favor? Alguém pode alegar que não pediram nossa opinião e por isso não nos metemos em questões que não nos dizem respeito. 

Sou muitíssimo a favor de que a igreja ore pelo mundo, pelas pessoas, pela salvação, pelas autoridades, pelos reis da terra, pela paz de Israel e de Jerusalém, mas também sou a favor de que a igreja vá a público para dizer que é contra esse tipo de violência, contra o pecado, contra a corrupção, contra as fichas sujas dos políticos e das convenções das igrejas evangélicas, inclusive. Não uma igreja que sai às ruas para fazer movimento com som de trio elétrico para chamar atenção para sua denominação e sua suposta influência na sociedade, enquanto seus líderes são presos não por amor a Cristo, mas por outras causas desprezíveis. Não sou a favor de uma igreja que marcha de um lado para o outro da cidade, mas não marcha para o Céu.

Neste ano de eleições, infelizmente, temos que reconhecer que boa parte de nossos políticos nada fazem para o bem-estar da sociedade. A maioria deles defende os interesses de suas denominações, dá títulos de cidadania a pastores que estão em eminência e coloca nome de cristãos destacados, segundo seus interesses particulares, em ruas de suas cidades, enquanto deveriam criar e votar leis mais justas, contra a violência e a desigualdade social. Quanto custa um mandato político? Quanto custa ser eleito? Quanto vale um voto? Quanto vale a vida da concunbina do levita errante? Quanto vale a vida da Eliza? Quanto vale a vida do nenen? E a do menor infrator? E a do Bruno? Quanto vale a vida dos executores? Quanto vale uma alma?

Eliza não era mais pecadora que qualquer outro cidadão para merecer uma morte bárbara. O ser humano é mau desde sua mocidade e é capaz de praticar os crimes mais hediondos e inimagináveis. Somente o Evangelho de Jesus poderia converter os moradores de Gibeá. As leis não vão extinguir o pecado, mas com certeza vão impedir o avanço da barbarie. E quem sabe as emissoras de televisão e os formadores de opinião teriam um coração mais humano, mais solidário, e repensassem o ser humano em termos de vida e não de valores.
Maranata. Ora Vem Senhor Jesus!
Deus abençoe a todos.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O VELHO PROBLEMA DA DISCIPLINA NA IGREJA: GRAÇA E VERDADE



"... a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (Jo.1.17).

O Evangelho de João é fascinante! Narrado dentro de uma perspectiva diferente, traz uma riqueza ímpar, uma profundidade teológica, um toque diferente de conhecimento da cultura tanto judaica quanto grega!

Em João 1.17, por exemplo, o filho de Zebedeu coloca a Lei de Moisés em contraposição à graça e verdade que há em Cristo. A palavra verdade no A. T. é traduzida do hebraico "hemeth" que significa honestidade, integridade, fidelidade. No Antigo Testamento, principalmente após a promulgação da lei mosaica, a verdade estava diretamente associada à Lei e assumia uma função acusadora, julgadora e condenatória. Havia muita rigidez na estrutura da Lei e na aplicação da pena ao transgressor. Alguém que transgredisse a lei seria morto "sem misericórdia" somente pela palavra de duas ou três testemunhas (Heb. 10.28). A Lei do Talião prometia vingança dentro de um ajuste de contas sem misericórdia, pois era baseada no sistema de recompensas(1).

Verdade no Novo Testamento vem do grego "alétheia" e significa completo, perfeito, real, absoluto, algo que quando posto ao lado de um simulacro denuncia o engodo, o imperfeito e incompleto. Pode ser compreendida ainda como algo que não pode ser oculto ou escondido. Por isso, Jesus podia dizer: "Eu sou o caminho, a Verdade e a vida e ninguém vem ao Pai a não ser por mim" (João 14.6), posto que Ele é absoluto, perfeito, completo e nele não há falta de nada. No conceito de Agostinho a verdade absoluta é Theos, isto é Deus. Isso refere-se também à suas palavras: realidade no sentido de coerência em sua vida e palavras.

O escritor sacro tem a intenção clara de estabelecer um paralelo entre Lei e Graça. Justapõe graça e verdade para contrapô-las à Lei. A Bíblia diz a Graça e a Verdade e não a Verdade e a Graça. E por que a graça vem primeiro e de forma tão abundante?(2) Para mostrar a superioridade da nova aliança e se sobressair ao rigor da lei no testamento anterior. Portanto, a graça surge como a grande novidade do amor de Deus no Evangelho.

Jesus traz a realidade em si, a verdade como ela é, sabendo que os homens não subsistiram ao rigor da Lei, por isso ele mesmo veio cheio de graça e de verdade. Essa junção, graça e verdade, fala da flexibilidade amorável e da justiça de um Deus que resolveu salvar os pecadores, fazendo justiça não pelas obras da lei, nem pelas boas obras dos homens, mas pela Graça e pela justiça que é segundo a fé (Ef.2.8).

Quem não conhece a máxima da introdução do Direito na Roma Antiga: "Dura lex, sede lex", a lei é dura, mas é a lei. A lei de Moisés igualmente era dura e todos deveriam cumpri-la em qualquer ocasião, embora ninguém pudesse fazê-lo integralmente, senão Jesus - aquele que não tinha pecado e veio cheio de graça e de verdade.

As grandes estruturas, como prédios, viadutos, estádios de futebol, torres construídas com ferro e concreto são edificados com certa flexibilidade para não ruírem frente aos grandes abalos. Toda estrutura muito rígida, se não tiver um pouco de flexibilidade, está fadada à ruina. Assim também a doutrina cristã tem verdade, realidade, mas também tem graça. Havia um tempo na igreja em que o irmão disciplinado era desprezado e os outros evitavam comunhão ou contato com ele. Foi por esse tempo que ouvi alguém falando de um pastor que, obrigado a disciplinar a própria filha que havia ferido a doutrina, teria feito um apelo em lágrimas diante da igreja: "Irmãos, não desprezem minha filha. Ajudem minha filha, porque na minha casa tem verdade, mas também tem graça".

A disciplina na igreja é indispensável, pois quem está sem disciplina é como um "bastardo" e não filho (Heb.12.8). Contudo, a rigidez de muitas igrejas têm gerado crentes "domados" pela religião que adestra mais do que edifica. Muitas igrejas evangélicas ainda guardam resquício do catolicismo romano anterior à Reforma em suas cartilhas doutrinárias. Conservam a imagem do Deus da Idade Média, a ideia de um Divindade irada contra os moradores da Terra, destilando ódio e prometendo castigo, quando o Evangelho revela um Deus gracioso, um Pai amoroso, disposto a perdoar para "não quebrar" o indivíduo. A consequência da rigidez na estrutura da igreja é a formação de uma geração de crentes inseguros, medrosos, que não se sentem filhos de Deus e que não têm certeza da salvação. Porém, a disciplina deve observar princípios estabelecidos pelas Escrituras e dentro da natureza do binômio graça-verdade. Na disciplina deve-se observar seu caráter formativo e correcional. O caráter formativo baseia-se na instrução da igreja aos membros para prevenção. Já o correcional, como o próprio nome sugere, tem por base a correção. Não como uma igreja que leva o nome de cristã, onde se um membro pecar o problema passa a ser dele com Deus: "A Igreja", dizem eles, "não pode fazer mais nada, agora é com você e Deus".

A disciplina cristã deve ter como fim a restauração do irmão faltoso e não o "apedrejamento" público, pelo fato de o cristão ser falível. Por outro lado, igreja que não tem disciplina cria filhos bastardos e gera desordem e indecência, envergonhando o nome da Igreja de Cristo. Precisamos de igrejas que nos digam o que é pecado, o que é errado, o que podemos e o que não podemos fazer, segundo as Escrituras e não segundo os homens. Não precisamos de igrejas moralmente frouxas que só levam o título de cristãs. Igualmente não precisamos de igrejas inquisidoras ou indulgentes no sentido de condescendentes e tolerantes com a prática do pecado.

A correção não deve ser parcial, mas não discriminatória. Todos que pecarem devem ser corrigidos e não somente os pequenos, os pobres e os indoutos, mas também os ricos, os cultos, os ilustres e, claro, as autoridades eclesiásticas. Para se ter verdade, realidade, é preciso fazer sem vantagem ou direito exclusivo. A verdade é verdade para todos, sem discriminação. A graça é graça para todos e não privilégio de alguns. Acima de tudo, todos que pecarem devem ser restaurados para o perdão e comunhão. A Igreja precisa, como Jesus, ser cheia de Graça e Verdade para com seus membros.

Ao concluir quero afirmar que se Jesus tivesse vindo apenas com a verdade, estaríamos perdidos. A mulher adúltera teria sido apedrejada (Jo.8), Zaqueu não poderia recebê-Lo em sua casa (Lc.19.10) e o ladrão da Cruz (Lucas 23.43) onde estaria? E os outros? Confesso que sem a manifestação da Graça (Tt. 2.11) eu não teria a menor chance. Você teria? Dou graças a Deus que na minha trajetória fui muitas vezes disciplinado pelo Senhor e muito mais vezes alvo da Sua graça e por ela beneficiado.

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de Graça e de Verdade" (Jo.1.14).

Deus abençoe a todos.

Maranata. Ora vem Senhor Jesus!

(1) Existe uma tradição rabínica, uma linha de interpretação mais humana para a Lei de Moisés, que julga que a Lei visava com "olho por olho" a restituição e não a vingança. Todavia, não é isso que está demonstrado na história, seja no Código de Hamurabi ou na própria lei de Moisés na Bíblia.
(2) A palavra graça aparece três vezes em Jo. 1.14-17

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A POBRE TEOLOGIA PRECISA DE UMA REFORMA URGENTE


"Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo" (II Coríntios 11.3).
















Catedral de Wittemberg

Vivemos momentos de crises diversas em nosso país: econômica, educacional, habitacional, religiosa, entre outras. Mas, há também a crise teológica. Nossa pobre nação tupiniquim não consegue formar teólogos ou teologias que subsistam a crises ou respondam às angústias do brasileiro do século XXI. Sofremos um período de verdadeira sequidão intelectual e teológica como nunca se viu antes. Nossos modelos referenciais nessa área falharam e seus conceitos de moralidade faliram, outros se deixaram levar pela teologia-filosofia-maligna que nega a Soberania de Deus.

A pobreza teológica é visível também em muitos de nossos cursos teológicos, cheios de liberais e neoliberais com suas idéias curtas acerca da Divindade. Também paupérrimos são os conservadores ortodoxos "sistematicamente" bitolados em sua visão de um Deus nada criativo, quase mórbido. Nem um nem outro produzem uma teologia realmente livre, brasileira. Recorrem ao charlatanismo americanizado em livros que nada dizem de novo. São todos compiladores profissionais, copiadores de idéias alheias. Maldita seja a teologia que não produz resultados no ou para o Reino de Deus. Malditos sejam os teólogos de carteirinha que exibem diplomas em seus escritórios ou gabinetes e nada têm de piedade em suas vidas. São religiosos com as mentes treinadas para elaborar sofismas, enriquecem a custa da miserabilidade intelectual de nosso povo evangélico.

Cazuza, cantor e compositor profano, cantou certa vez "meus heróis morreram de overdose/ meus inimigos estão no poder/ ideologia/ eu quero uma pra viver". Causa-nos perplexidade a mudança de rumo daqueles que poderiam ser uma voz profética em nossa nação. Há aqueles que se aproveitam do triste momento histórico-teológico para esbravejar na televisão sua salada em forma de pregações, outros se valem da tal "teologia" doentia da prosperidade, da confissão positiva, do triunfalismo, do misticismo, do fetichismo; valem-se da maldição hereditária, culpam os demônios pelos seus próprios pecados, elaboram teologias pragmáticas-mercantilistas e outros que começaram na base da comunidade, identificando-se com os pobres - leia-se ovelhas -, tornaram-se burgueses elitistas e pastores de si mesmos. São pastores-filósofos, acadêmicos frios e esquisitos, sem noção das necessidades do rebanho, perderam a visão, a compaixão e a simplicidade que há em Cristo.

Meu conceito de teologia livre não é uma teologia sem hermenêutica, sem tradição histórica, sem curso teológico, nem política-libertadora, mas sim teologia simples – não simplória, ingênua – bíblica, com unção do Espírito, teologia pé-no-chão, expressão do Amor e da Soberania de Deus igualmente, teologia pedro-joão-paulo-tiago-ágabo-timóteo-silas-maria-áquila-priscila, teologia primitiva, com sinais genuínos do Reino em nós, sem floreios, sem as amarras do intelectualismo acadêmico ou as ataduras do conservadorismo indolente, sem escritório ou gabinete; comprometida com o rebanho, com o pastoreio de almas, com o Reino de Deus aqui na Terra e com a comunidade. O enriquecimento teológico virá quando voltarmos à Bíblia a exemplo dos reformadores e deixarmos o neo-escolasticismo reinante em nossos cursos e em muitos púlpitos ditos evangélicos. Teologia livre não tem opção preferencial por classes, nem se fixa na pessoa do rico ou em sua conta bancária. É livre, transcende barreiras, sai do templo, vai às ruas, às praças e areópagos da vida, promovendo mudanças espirituais, éticas e sociais.

Pr. Guedes

domingo, 28 de outubro de 2012

VEJAM AS IGREJAS QUE ESTÃO MORRENDO


“Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, mas estás morto. Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus”.

O texto acima faz parte da carta dirigida ao anjo da igreja, o pastor da igreja de Sardes. Entende-se na leitura das cartas dirigidas às igrejas da Ásia que o conteúdo estende-se à membresia e ao estado da congregação. Assim como a igreja de Sardes tem muita igreja, em nossos dias, que vive apenas de fachada e de marketing e mídia. Pensando nisso, comecei a avaliar o que pode levar uma igreja a adoecer e morrer. Tentei reproduzir aqui o perfil de uma igreja moribunda ou morta e de uma liderança sem vida.

Para nossa reflexão: Que carta o Senhor Jesus escreveria para nossas igrejas hoje ou para as lideranças que aí estão?

Perfil das Igrejas que Estão Morrendo.

Igrejas que reduzem o tempo destinado à exposição da Palavra e trocam a Palavra por teatros, jograis e coreografias;
Igrejas que enfatizam o louvor em detrimento do ensino e desprezam a centralidade da Mensagem da Cruz;
Igrejas que acolhem a teologia da prosperidade e empobrecem espiritual e doutrinariamente;
Igrejas que dão ênfase exagerada aos dons espirituais em detrimento da reflexão teológica;
Igrejas (ditas cristãs) que negam a Trindade como rezam as Escrituras Sagradas;
Igrejas que perderam o compromisso com o Evangelismo e Missão;
Igrejas cujo amor pelas almas foi suplantado pelo amor aos cargos eclesiásticos e políticos;
Igrejas cujo sentimento de doação ao próximo, foi sepultado pelo compromisso com seu próprio ego, visão ministerial e projetos;
Igrejas que trocaram a vida piedosa de oração pela agenda de inúmeras festas, algumas de caráter judaico, como se fossem judeus ortodoxos;
Igrejas que perderam o compromisso com a adoração e a consagração de seus membros em nome de uma liturgia oca de significado, vazia, sem base bíblica;
Igrejas que dizem possuir ministérios criativos, mas desprezam o dinamismo do Espírito explícito nas páginas do Livro Sagrado;
Igrejas que optam pelos pobres em nome de uma teologia que alega lutar pela igualdade e inclusão social, mas que, se preciso for, pega em armas para derramar sangue em nome da justiça;
Igrejas que optam pelos ricos, visando os altos e gordos dízimos, para em nome de Deus construir catedrais, onde o ofertante pobre fica em pé ou assenta-se nos últimos bancos;
Igrejas que defendem o casamento entre homossexuais e o aborto;
Igrejas que defendem o homossexualismo no sacerdócio;
Igrejas que tratam o pobre de “irmãozinho” e o rico de “doutor”;
Igrejas que têm opção preferencial pelos formados, políticos e celebridades;
Igrejas que defendem a frouxidão moral frente ao pecado e alargam a porta que Cristo declarou estreita;
Igrejas que sob pretexto de contextualização, mundanizam-se e, nem evangelizam e nem se contextualizam de fato, mas perdem seus membros para as práticas mundanizantes;
Igrejas que priorizam o caixa e não o altar;
Igrejas que pregam liberdade, mas encontram-se presas a escândalos;
Igrejas que escondem suas mazelas nos porões da história da denominação;
Igrejas que fracassam na ação espiritual, social e doutrinária, porque trocaram a visão de seus pioneiros;
Igrejas que vivem de novas “unções”, tais quais: unção da conquista, unção de ousadia, unção da multiplicação;
Igrejas que aumentam em número e diminuem em calor humano;
Igrejas que crescem em patrimônio, mas decrescem em Graça;
Igrejas que avolumam propriedades, mas perdem a essência de ser Igreja;
Igrejas que trocam a Palavra Escrita pela “palavra confessada”;
Igrejas que pregam cura, mas são doentes doutrinariamente;
Igrejas que têm destacada expressão na mídia, mas são omissas na práxis;
Igrejas que defendem a ortodoxia, mas mentem na ortopraxia;
Igrejas cuja liderança visa lucro e não o bem estar espiritual do rebanho;
Igrejas cujos pastores visam a permanência perpétua no poder;
Igrejas cujos líderes promovem os parentes e perseguem e matam os profetas;
Igrejas cujos obreiros descobrem no ministério uma fonte de lucro e desprezam “as mesas”, isto é, o serviço aos santos.

Graças a Deus que mesmo em Sardes ainda há gente comprometida com o Reino e que guardaram as suas vestes sem mancha e que andarão de branco, porquanto são dignas disso.

“Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

Maranata. Ora Vem Senhor Jesus!
Deus abençoe a todos.

terça-feira, 31 de julho de 2012

URGENTE: NOSSAS IGREJAS PRECISAM DE REFORMA HOJE



Como está difícil ser igreja nesses últimos dias! As igrejas antigas e conservadoras, salvas raras exceções, estão envolvidas em políticas sujas; as novas lideranças, por sua vez, são liberais e vivem descomprometidas com a sã doutrina e com o Reino de Deus. Os pregadores do passado, que antes tinham nome e eram instrumentos para trazerem um avivamento, estão caídos ou desfaleceram suas forças por causa do cansaço e velhice. Os pregadores do presente, longe do valor e da coragem de nossos pais, são presunçosos e arrogantes, vivendo como lobos devoradores, visando somente a gordura e a lã do rebanho. Estes, antes mesmo de terem uma experiência marcante e salvífica com Deus têm a visão do lucro, com ganhos exorbitantes em nome de teologias erradas, como da falsa teologia da prosperidade, por exemplo. Não se fazem mais pregadores como antigamente, não se fala mais na Cruz de Cristo e nem na "loucura" de sua mensagem .

Sou pentecostal e vejo com tristeza igrejas morrendo por não defenderem uma doutrina pentecostal genuína, legítima, bíblica, clara e nem pregarem a grandeza da realidade espiritual chamada Batismo com o Espírito Santo. Não se fazem mais seminários sobre os dons espirituais. Lamentável, mas parece que os eclesiólogos que desdenham do pentecostalismo estão certos. Eles apostam em um mundo sem pentecostalismo e já escrevem acerca de como será o mundo sem o movimento pentecostal.

E nós, o que estamos fazendo para mudar? Investimos em festas, em cds para serem vendidos, em livros para arrecadarmos dinheiro, em camisetas, shows com cantores gospels, pregadores renomados - que levam gordas ofertas - e abusamos de slogans puramente materialistas e seculares para despertar sorrateiramente "o poder da fé" - ou seria poder da mente? -  e o potencial humano que existe dentro de cada um.

Sou de um tempo em que quando nos reuníamos para realizar uma cruzada, discutíamos o alcance das almas. Nossas metas eram vidas e quantas mais almas salvas melhor. Contudo, já ouvi em uma reunião de líderes de jovens acerca de quanto poderiam arrecadar alugando barracas para os novos "vendilhões do templo". Temos líderes gananciosos, carismáticos como os comediantes aqui do Ceará, mas de fazerem inveja a Al Caponne, quanto à volúpia por domínio de poder: lobos vorazes que enganam o povo de Deus.

O Espírito Santo está sendo convidado a se retirar de nossas igrejas e aos poucos estamos aprendendo a realizar cultos sem sua "intromissão". Para quê inspiração se o povo quer ouvir sobre prosperidade? Cá pra nós, para pregar esse tipo de mensagem, sobre prosperidade, não precisa de graça de Deus: é só decorar uma meia-dúzia de versículos de textos sugestivos, mexer com o sensacional, o emocional do povo e dizer que Deus vai abrir uma porta e mudar sua vida.

Urge a necessidade de uma mudança que nasça no meio do povo, nas igrejas, que seja nos blogs, no twitter ou na liberdade que se verifica nas mídias, onde crentes, outrora sem voz nas igrejas, sejam ouvidos agora; mudança que passe pela membresia e atinja as lideranças insanas por dinheiro e poder e que chegue ao povo para uma renovação eclesiológica-litúrgica-administrativa; mudanças nas mensagens, que precisam parar de falar em cifras e falar na Cruz, deixar de lado o sensacionalismo e mostrar o poder real da Palavra de convencer  e salvar vidas. Os mensageiros da prosperidade estão condenados ao fracasso como pregadores porque as mensagens deles estão dissociadas da Cruz de Cristo. São lobos devoradores, vorazes, famintos, desavergonhados. Todos os dias os verdadeiros homens de Deus, ainda que simples e poucos, desmascaram os larápios da fé. Ainda assim os mercadores da fé pregam cotidianamente suas mentiras como se fossem verdades, tendo as mentes cauterizadas, enganando e sendo enganados. Eles terão suas recompensas.

Creio que uma mudança está a caminho e como já aconteceu muitas vezes na história da igreja, um novo movimento de moralidade está para eclodir.

Maranata. Ora Vem Senhor Jesus!
Deus abençoe a todos.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

VINTE VERSÍCULOS QUE PROVAM QUE A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE ESTÁ CERTA


Por André Sanchez
Todos sabem que existem vários versículos que provam veementemente que a teologia da prosperidade está correta. Fiz uma pequena coletânea entre os milhares versos que existem e trouxe a vocês os 20 mais importantes.
1- “Deus quer te abençoar, mas se você não ofertar, Ele não terá poder de fazer isso por você” (II Heresias 3. 16)
2 – “Você pode desonrar seu pai e sua mãe e até deixá-los passar necessidades, mas nunca seu apóstolo” (I Apostolicensses 1.1)
3 – “A oferta é a alavanca que move a mão de Deus a seu favor” (1 Cretinices 4. 3)
4 – “A fé sem ofertas é morta” ( 1 Dólar 1. 8)
5 – “E Jesus entrou em Jerusalém montando seu jumentinho de dez mil talentos” (Juao 15. 23)
6 – “Disse o apóstolo, cheio do espírito, a todos que o ouviam: Minha conta corrente é 1.000/07” (II Conta Corrente 1. 71)
7 – “Assim que a oferta entrar na conta corrente deus dirá ao anjo Money: Destranque as janelas do céu e prenda o devorador na casinha” ( II Malaquias 3.15)
8 – “É com a semente que sai da sua carteira que a obra de deus é realizada na terra” ( I Heresias 2. 8)
9 – “Participe das campanhas de vitória financeira e Deus tirará dos ricos e dará a você” (1 Robin Hood 2. 3)
10 – “E alguns paulistanos foram mais nobres que os de Boraceia, pois semearam nesse ministério em dólar.” ( 1 Tio Patinhas 1. 7)
11 – “deus quer te dar a melhor roupa, o melhor carro, a melhor casa… só não te deu ainda porque você não tem determinado isso a ele com fé” (Absurdicensses 1. 25)
12 – “Assim ordenou também o senhor que os que pregam o evangelho que fiquem ricos com o evangelho” ( I Falácia 1. 1)
13 – “Primiciar é mover a mão de Deus a seu favor e a favor dos donos da igreja” ( I Primicias 1. 1)
14 -“Confia no senhor, dê sua oferta, faça sacrifícios financeiros e os seus desígnios serão estabelecidos” (Absurdicensses 8. 32)
15 – “E Gesuis encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; parabenizou-os pelas boas vendas que faziam, porém, expulsou os que ali oravam e quebrantavam seus corações, mas não ofertavam e nem compravam nada, bem como todo pobre que ali estava, e disse-lhes: A casa me meu pai é casa de negócio e não um covil de doentes e pobres!” (Indireticensses 2. 8)
16 – “É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que entrar alguém que não oferta, que não primicia, que não faz sacrifícios financeiros, nas igrejas da teologia da prosperidade” ( Sofismas 3. 12)
17 – “Porque o amor do dinheiro é a raiz de todas as bênçãos” ( 1 Mamon 1. 1)
18 – “Sacrifícios agradáveis a deus são os dízimos e as ofertas; coração que determina e exige, não os desprezarás, ó deus” (Salmos de Mamon 119. 3)
19 – “O maior mandamento é: Amarás a Mamon, teu deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. O segundo, semelhante a este, é: Honre e oferte aos seus líderes como a ti mesmo” ( 2 Leis de Mamon 2. 15)
20 – “Pelas suas ofertas o conhecereis. Pode, acaso, de um coração cheio de fé e do espírito, sair uma oferta pequena? (Apolion 15. 12)
E agora, sob o ponto de vista desses versículos, concorda que a teologia da prosperidade está certa?
Fonte: http://www.esbocandoideias.com/2012/07/20-versiculos-que-provam-que-a-teologia-da-prosperidade-esta-certa.html#ixzz20WKwjE5R 

terça-feira, 8 de maio de 2012

ENTRE A CRUZ E O VIOLÃO - A TEOLOGIA DO VIOLÃO VERSUS A TEOLOGIA BÍBLICO-PASTORAL.



Texto do Professor Luiz Carlos Ramos da Universidade Metodista. Apesar de escrito há cerca de 15 anos, ainda continua muito atual. Boa leitura a todos.

ENTRE A CRUZ E O VIOLÃO – A Teologia do Violão Versus a Teologia Bíblico-Pastoral

Por Luiz Carlos Ramos

– Sr. Bispo, precisamos de um novo pastor!
– Há um pastor disponível. É muito estudioso e dedicado.
– Ele toca violão?
– Não, parece que não.
– Que pena... nós precisamos de um que saiba tocar violão...
Nos meus 21 anos de ministério, do outro lado do laicato, tenho presenciado inúmeras reedições do diálogo acima. Raramente, no processo de escolha do pastor, uma comunidade se interessa pela qualidade da biblioteca deste, por sua firmeza doutrinária ou suas raízes na tradição eclesiástica que abraçou.
Não obstante, se o pastor candidato tem talentos musicais (ou pelo menos consegue conduzir satisfatoriamente uma sessão de cânticos) terá maiores chances de encontrar emprego e remuneração diferenciados. Não há dúvida: hoje, mais vale um violão na mão que uma biblioteca teológica de primeira mão.

A IGREJA DA IDADE MÍDIA
Um modelo modernoso de igreja alternativa, viável e rentável, é o do franchise da fé. Trata-se de modelo facilmente identificável facilmente, haja vista a frequência com que aparece nos meios de comunicação de massa, e a habilidade com que neles se move explorando o agressivo marketing apelidado de gospel.

GOSPEL QUE EU GOSTO
O termo gospel utilizado pelas igrejas da idade da mídia não deve ser confundido, nem identificado, com o estilo musical homônimo de origem afro-norte-americana do final do século XIX. Este último nasceu como forma de resistência de uma cultura oprimida que tentava sobreviver sob uma cultura racista, classista, cruel e intolerante. O gospel tupiniquim é a adesão a um anglicismo novelístico que gerou um subdialeto gospel-evangélico bastante elástico que comporta muita coisa no campo musical, que vai do rap ao rock passando pelo pop e com algumas incursões, menos frequentes, nos estilos verde-amarelos do tipo baião, samba, sertanejo e assim por diante. Gospel não é um ritmo ou estilo musical. É uma marca como Coca-cola ou Bombril, com forte apelo comercial.

O NIVELAMENTO POR BAIXO PROMOVIDO PELOS LEIGOS
Com a lacuna cultural da formação do brasileiro, em geral, e a lacuna teológica na catequese do evangélico, em particular, a demanda por esse estilo eclesial e musical cresceu muito. A rigor, tais músicas gospel carecem de valor artístico-estético, bíblico-teológico e litúrgico-pastoral. Mas o exigente público não o é nesses itens. Sua exigência diz respeito não ao sentido da fé, mas à utilidade da religião. Se ela me ajuda na experiência catártica, se ele corresponde aos meus anseios por prosperidade, se ela aplaca minha consciência transferindo minha culpa para um ser demoníaco, e se, ao falar de um Deus vitorioso e guerreiro satisfaz meus desejos de vingança sublimados, então essa é a minha religião ideal.

O NIVELAMENTO POR BAIXO PROMOVIDO PELO CLERO
Os teólogos, por seu turno, deveriam ir um pouco além e identificar na história do dogma e no registro evangélico as muitas vezes frustrantes venturas e desventuras dos seguidores daquele que, quando na terra, não tinha “onde reclinar a cabeça” (Lc. 9.58). Mas explicar o amor aos inimigos, o chorar com os que choram, o sofrimento por causa de Cristo, a cruz que cada discípulo tem de tomar para segui-lo e sua opção pelos pobres e marginalizados, é realmente bem mais complicado. É aí que muitos “teólogos” resolvem trocar os compêndios da fé pelos dividendos da mídia. É nessa hora que Barth, Bultmann, Tillich, Lutero, Calvino, Wesley (para não falar em Agostinho, Tomás de Aquino, etc) dão lugar a certos astros gospel de maior ou menor grandeza. Os “teólogos” gospel que se fizeram bispos (sic!), profetas e até apóstolos (à revelia de qualquer convenção eclesial e gramatical) se mostram todos ansiosos em atender aos fiéis consumidores gospel com seus melhores produtos.

OS INTELECTUAIS MAUS COMUNICADORES E OS BONS COMUNICADORES MAUS INTELECTUAIS
Sejamos justos. Tecnicamente, eles são melhores comunicadores que os teólogos de verdade. Embora tenham péssimo conteúdo, têm a embalagem certa para o gosto médio da massa religiosa brasileira. Por outro lado, para que serve um conteúdo de primeira linha numa embalagem inaceitável? O grande desafio aos teólogos de verdade é conseguirem oferecer seu excelente conteúdo numa embalagem mais atrativa. Se o público compra tanta coisa ruim pela embalagem, seria possível usá-la (a embalagem) para “vender” coisa boa? Se o “meio é a mensagem”, não temos muitas opções. A ética não nos permitiria utilizar certas embalagens. Mas talvez haja uma faixa de tolerância e seja possível achar um meio para a mensagem e uma mensagem para o meio, que correspondam aos valores do Reino. Se isso não for possível, é melhor aproveitar a Rádio Gospel e anunciar: “Vende-se biblioteca teológica de primeira mão (aceita-se violão como parte do pagamento).”

Publicado em Mosaico – Apoio Pastoral. São Bernardo do Campo: Faculdade de Teologia da Igreja Metodista – Centro de Teologia e Filosofia da UMESP, Ano V, no 4, Agosto /Setembro de 1997, p. 16.

Também disponível em: http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=1798

Maranata. Ora Vem Senhor Jesus!
Deus abençoe a todos.