A Bíblia está cada vez mais sendo trocada pelas "baladas gospel". |
A matéria que segue foi enviada por email pelo meu amigo Rodrigo. Sei que o assunto é polêmico, mas postei com a intenção de fazer o povo de Deus, mormente os assembleianos, refletir sobre o tema: relativização dos usos e costumes, modernidade e frouxidão moral. Uma igreja para ser moderna precisa de inovações litúrgicas e mudança na prática cristã ou ela o é pelo fato de ser contextualizada com seu tempo? Digo, precisa mudar a “cara” ou conceitualmente? É moderna por que está na mídia, tem um líder moderno, um layout e uma arquitetura avançada ou por que deixa seus membros fazerem o que quiserem? Festa Jesuína no lugar de Festa Junina, Bloco de Carnaval e Luta-livre Gospel sob pretexto de evangelização e Balada Gospel é ser moderno? Ser moderno nesses moldes traz um preço para santificação? Ora, sabemos que os usos e costumes não salvam e mesmo a Assembleia de Deus Tradicional, já mudou o discurso e sabe que estes não estão vinculados à salvação, mas à identidade denominacional. Não sou contra a modernidade em si. Nada tenho contra igrejas grandes e modernas, ou quem prega com laptop, desde que sua igreja tenha vida e guarde a sã doutrina. O problema é que em muitas igrejas (não todas), juntamente com a liberação dos usos segue uma enxurrada de concessões que mexem até mesmo com a moralidade cristã e práticas litúrgicas. A meu ver a igreja precisa de um avivamento genuíno! Leia a matéria e tire suas conclusões. Procurando uma imagem para postar, encontrei um texto bem humorado e interessante que publiquei no final deste artigo. Boa leitura!
Na edição 2167, do dia 20 de maio de 2011, a revista Isto É trouxe como destaque o Pastor Samuel Ferreira, filho do presidente da Assembléia de Deus Ministério Madureira. Revista secular fez um comparativo da pregação de hoje do Pastor Samuel no templo em que lídera no Brás, São Paulo, com as tradicionais regras e esteriótipos que a Assembléia de Deus possui com relação a usos e costumes.
Confira a reportagem na integra abaixo:
O evangélico desavisado que entrar no número 560 da avenida Celso Garcia, no bairro paulistano do Brás, poderá achar que não está entrando em um culto da Assembleia de Deus. Maior denominação pentecostal do País – estima-se que tenha 15 milhões de adeptos, cerca de metade dos protestantes brasileiros –, historicamente ela foi caracterizada pela postura austera, pelo comedimento na conduta e, principalmente, pelas vestimentas discretas de seus membros. Por conta dessa última particularidade, tornou-se folclórica por forçar seus fiéis a celebrarem sempre, no caso dos homens, de terno e gravata e, entre elas, de saia comprida, camisa fechada até o punho e cabelos longos que deveriam passar longe de tesouras e tinturas. Era a igreja do “não pode”. Não podia, só para citar algumas interdições extratemplo, ver tevê, praticar esporte e cultuar ritmos musicais brasileiros. A justificativa era ao mesmo tempo simples e definitiva: eram coisas do capeta.
No templo do Brás, porém, às 19h30 do domingo 15, um grupo de cerca de vinte fiéis fazia coreografias, ao lado do púlpito, ao som de uma batida funkeada. Seus componentes – mulheres maquiadas e com cabelos curtos tingidos, calça jeans justa e joias combinando com o salto alto; homens usando camiseta e exibindo corte de cabelo black power – outrora sofreriam sanções, como uma expulsão, por conta de tais “ousadias”. Mas ali eram ovacionados por uma plateia formada por gente vestida de forma parecida, bem informal. Palmas, também proibidas nas celebrações tradicionais, eram requisitadas pelo pastor Samuel de Castro Ferreira, líder do templo e um dos responsáveis por essa mudança de mentalidade na estrutura da Assembleia de Deus, denominação nascida em Belém, no Pará, que irá festejar seu centenário no mês que vem. “Muitos chamam de revolução, mas o que eu faço é uma pregação de um evangelho puro, sem acessórios pesados”, afirma ele, 43 anos, casado há vinte com a pastora Keila, 39, e pai de Manoel, 18, e Marinna, 14. “A maior igreja evangélica do País está vivendo um redescobrimento.”
Sentado em uma cadeira logo ao lado do coral, Ferreira, que assistiu à televisão pela primeira vez na casa do vizinho, aos 7 anos, escondido do pai, Manoel Ferreira, pastor assembleiano, desliza o dedo indicador em um iPad segunda geração enquanto o culto se desenrola. Acessa a sua recém criada página no Twitter por meio da qual, em apenas um mês, amealhou mais de 110 mil seguidores. Quando se levanta para pregar a palavra, deixa visível o corte alinhado de seu terno e a gravata que combina com o conjunto social. Não que o pastor se furte em pregar de jeans, tênis e camisa esporte – tem predileção por peças da Hugo Boss –, como faz em encontros de jovens. “Samuel representa a Assembleia de Deus moderna, com cara de (Igreja) Renascer (em Cristo)”, opina o doutorando em ciências da religião Gedeon Alencar, autor de “Assembleias de Deus – Origem, Implantação e Militância” (1911-1946), editora Arte Editorial. “Os mais antigos, porém, acham o estilo dele abominável.”
Natural de Garça, interior de São Paulo, formado em direito e com uma faculdade de psicologia incompleta, Ferreira é vice-presidente da Convenção de Madureira, que é comandada por seu pai há 25 anos e da qual fazem parte 25 mil templos no Brasil, entre eles o do Brás. Os assembleianos não são uma comunidade unificada em torno de um líder. Há, ainda, os que seguem a Convenção Geral, considerada o conglomerado mais poderoso, e o grupo formado por igrejas autônomas. Ferreira assumiu o templo da região central da capital paulista há cinco anos e passou a romper com as tradições. Ao mesmo tempo, encarou uma cirurgia de redução de estômago para perder parte dos 144 quilos. “Usar calça comprida é um pecado absurdo que recaía sobre as irmãs. Não agride a Deus, então liberei”, diz o pastor, 81 quilos, que até hoje não sabe nadar e andar de bicicleta porque, em nome da crença religiosa, foi proibido de praticar na infância e na adolescência.
Sua Assembleia do “pode” tem agradado aos fiéis. “Meu pai não permitia que eu pintasse as unhas, raspasse os pelos ou cortasse o cabelo”, conta a dona de casa Jussara da Silva, 49 anos. “Furei as orelhas só depois dos 40 anos. Faz pouco tempo, também, que faço luzes”, afirma Raquel Monteiro Pedro, 47 anos, gerente administrativa. Devidamente maquiadas, as duas desfilavam seus cabelos curtos e tingidos adornados por joias pelo salão do Brás, cuja arquitetura, mais parecida com a de um anfiteatro, também se distingue das igrejas mais conservadoras.
A relativização dos costumes da Assembleia de Deus se dá em uma época em que não é mais possível dizer aos fiéis que Deus não quer que eles tenham vaidade. A denominação trabalha para atender a novas demandas da burguesia assembleiana, que, se não faz parte da classe média, está muito perto dela, é urbana e frequenta universidades. É esse filão que está sendo disputado. Uma outra igreja paulista já promoveu show no Playcenter. No Rio de Janeiro, uma Assembleia de Deus organiza o que chama de Festa Jesuína, em alusão à Festa Junina. Segundo o estudioso Alencar, as antigas proibições davam sentido ao substrato de pobreza do qual faziam parte a grande maioria dos membros da Assembleia de Deus. “Era confortável para o fiel que não tinha condição de comprar uma televisão dizer que ela é coisa do diabo. Assim, ele vai satanizando o que não tem acesso.”
Importante figura no mundo assembleiano, o pastor José Wellington Bezerra da Costa, 76 anos, presidente da Convenção Geral, não é adepto da corrente liberal. “Samuel é um menino bom, inteligente, mas é liberal na questão dos costumes e descambou a abrir a porta do comportamento”, afirma. Ferreira, por outro lado, se diz conservador, principalmente na questão dos dogmas. Em suas celebrações, há o momento do dízimo, do louvor, da adoração e um coral clássico. Ao mesmo tempo, é o torcedor do Corinthians que tuita pelo celular até de madrugada – dia desses, postou que saboreava um sorvete às 4h30 –, viaja de avião particular e não abre mão de roupas de grife. Um legítimo pastor do século XXI.
Fonte: Rodrigo Santiego
CRENTE TRADICIONAL X CRENTE MODERNO
O Crente tradicional diz: “Glória a Deus”. / O Crente moderno diz: “Deus, tamo junto”.
O Crente tradicional vai à vigília. / O crente moderno vai à Balada Gospel.
O Crente tradicional ora. / O Crente moderno bate um papo.
O Crente tradicional compra DVD pirata. / O Crente moderno também.
O Crente tradicional lê a Bíblia. / O Crente moderno navega na Bíblia, on line.
O Crente tradicional vai ao culto. / O Crente moderno vai ao evento.
O Crente tradicional de paletó e gravata vai ao culto. / O Crente moderno de paletó e gravata vai à “Festa do estranho”.
O Crente tradicional não gosta do diabo. / O Crente moderno também não.
O Crente tradicional de bermuda e camiseta vai dormir. / O Crente moderno de bermuda e camiseta vai ao culto.
O Crente tradicional entra em mistério no corinho de fogo. / O Crente moderno entra em mistério no jogo “Detetive”.
O Crente tradicional faz o louvor. / O Crente moderno toca o som.
O Crente tradicional cai em pecado. / O Crente moderno dá um vacilo.
O Crente tradicional ora pedindo trabalho. / O Crente moderno ora pedindo um emprego.
O Crente tradicional faz planos. / O Crente moderno faz umas paradas.
O Crente tradicional é chamado de varão. / O Crente moderno é chamado de parceiro.
O Crente tradicional determina sua bênção. / O Crente moderno pechincha.
O Crente tradicional murmura. / O Crente moderno também.
O Crente tradicional é otimista. O Crente moderno é de boa.
O Crente tradicional ora para passar na faculdade e esquece de estudar. / O Crente moderno também.
O Crente tradicional oferta. / O Crente moderno deixa sua semente.
O Crente tradicional é levita. / O Crente moderno é profissional da música.
O Crente tradicional pede forças. / O Crente moderno invoca poder.
O Crente tradicional tem revelação. / O Crente moderno tem Déjà vu.
Maranata. Ora Vem Senhor Jesus!
Deus abençoe a todos.