As Assembleias de Deus acabam de
completar seu primeiro centenário no Brasil. Contrariando todos os
prognósticos de que depois de 50 anos as igrejas declinam, as
Assembleias de Deus cresceram mais e chegam ao início do segundo
centenário como uma potência inimaginável pelos seus precursores.
Fez história, alastrou-se em nosso solo, cresceu em membresia e
patrimônio, promoveu lideranças, e sofreu divisões, como toda
igreja com tendência para ser grande.
Em abril próximo, se dará em Brasília, entre os dias 08 e 12, a 41a.
AGO (Assembleia Geral Ordinária), onde os convencionais escolherão
o próximo Presidente, a nova Mesa Diretora, e decidirão o futuro da
maior denominação evangélica de nosso país. Como toda eleição
que se preze democrática, temos duas vertentes: uma tradicional,
conservadora, e outra com proposta de mudança. A situtação, presidida pelo Pr. José Wellington Bezerra da Costa, está há cerca
de 20 anos na direção, enquanto a oposição, liderada pelo Pr. Samuel Câmara,
traz um discurso de renovação. A chapa do Pr. José Wellington recebeu o nome de "Amigos do Presidente", enquanto a chapa encabeçada pelo Pr. Samuel foi denominada de "CGADB Para Todos". Existe ainda uma terceira candidatura que não comentaremos por falta de dados e por conta do grau de importância, posto que é de conhecimento de todos que a disputa acirrada se dará mesmo em dois polos.
Se a atual Mesa Diretora representa, no
discurso dos oposicionistas, o continuísmo, que de fato o é, o
quadro que se anuncia na possibilidade de uma reviravolta é sombrio.
Samuel Câmara é aliado de Silas Malafaia, que deixou a Convenção
Geral das Assembleias de Deus, temporariamente, para cuidar da Igreja
Assembleia de Deus da Penha, que teve seu nome mudado para Assembleia
de Deus Vitória em Cristo. Essa aliança anuncia uma aproximação
com a famigerada teologia da prosperidade, hoje defendida abertamente pelo
ex-convencional. Partidário da “teologia da semente”, que
promete prosperidade para quem planta no solo fértil de sua
denominação, o senhor Silas Malafaia trabalha nos bastidores para
manter a campanha dos Câmaras à presidência da CGADB. Em outras
palavras: a eleição da chapa opositora aponta para o retorno triunfal
da família Malafaia ao poder da Assembleia de Deus, e pode retratar, dentro desse prisma, o fim de 100
anos de ortodoxia doutrinária. A associação com o pastor carioca
faria a nova diretoria abrir as portas para a falaciosa teologia da
prosperidade, pregada pelos neo-pentecostais, e mais: abriria as portas
para personae non gratae como Morris Cerullo com suas heresias da Bíblia de Batalha
Espiritual e Financeira e Mike Murdock com suas asneiras sobre
negociar com Deus.
Outra aliança confirmada, que causaria danos à
história e doutrina assembleianas, é a aproximação dos Câmaras com
o G12 (Grupo dos Doze ou Movimento dos 12), rebatizado de GAL e CEC no estado do Amazonas, que prega, entre outras coisas, unção poderosa, mistificação do
número 12, regressão espiritual, quebra de maldição e ruptura com
o sistema em voga, principalmente com as EBD's (Escolas Bíblicas
Dominicais). Jônatas Câmara, pastor da Assembleia de Deus em
Manaus, e irmão do candidato da chapa “CGADB Para Todos”, tem,
como é do conhecimento de todos, envolvimento com o G12 e foi o responsável direto pela entrada das heresias desse movimento na denominação
centenária, através de sua igreja em Manaus. Essa associação abriria espaço para o avanço das falsas doutrinas e introdução do misticismo de Cesar Castellano, do apostolicismo de Rene Terra Nova e do sabatismo judaizante de Valnice Milhomens, entre outros heresiarcas.
Em suma, a candidatura do senhor Samuel
Câmara, é uma ameaça à sã doutrina e representa uma perigosa e
malfadada aliança com a teologia da prosperidade, através do
retorno de Silas Malafaia, e um prejudicial sincretismo gedozista, através de
Silas e Jônatas Câmara, irmãos do candidato que leva o mesmo
sobrenome. Pode representar ainda o fim de um século de trabalho
doutrinário sério. Sabe-se nos bastidores que é intenção da
oposição anistiar todos os que se rebelaram contra a Convenção
Geral e desafiaram a soberania das assembleias. Os hereges de
plantão, com seus livros sobre maldição hereditária, maldição
no nome, confissão positiva e barganha com Deus, que apoiam aberta e
amplamente o candidato nortista, com o fim de serem recompensados,
teriam acesso à Casa e mudariam conceitos seculares da doutrina
trazida por Daniel Berg e Gunnar Vingren, os pioneiros do evangelho
pentecostal no Brasil.
Imaginem uma Assembleia de Deus onde Cerullo e
Murdock tenham livre acesso à Convenção Geral e aos nossos púlpitos! Imaginem livros de Emílio Conde,
Orlando S. Boyer, Eurico Bergsten, Alcebíades Pereira Vasconcelos,
rodando no mesmo prelo desses senhores e dividindo o mesmo espaço na
CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus), com a logomarca da Casa, nas livrarias evangélicas, nas
revistas das EBD's! Teria um efeito negativo muito maior, catastrófico mesmo: seria o fim da unidade doutrinária preservada há décadas. Seria pior que o caso da Bíblia Dake, que logo foi tirada de circulação por denúncia de homens sérios na igreja.
Todo continuísmo é ruim? O que
garante que os “revolucionários” não incorrerão nos mesmos
erros administrativos que ora apontam e condenam? O que seria pior: continuísmo
simples ou ameaça à unidade doutrinária e ainda os desmandos que
se vêem na forma desses senhores dirigirem os destinos de suas
igrejas ou convenções?
Deus nos guarde de tamanho mal contra a nossa gloriosa e
centenária igreja.
Deus abençoe a todos.
Maranata. Ora Vem Senhor Jesus!