quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A POBRE TEOLOGIA PRECISA DE UMA REFORMA URGENTE


"Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo" (II Coríntios 11.3).
















Catedral de Wittemberg

Vivemos momentos de crises diversas em nosso país: econômica, educacional, habitacional, religiosa, entre outras. Mas, há também a crise teológica. Nossa pobre nação tupiniquim não consegue formar teólogos ou teologias que subsistam a crises ou respondam às angústias do brasileiro do século XXI. Sofremos um período de verdadeira sequidão intelectual e teológica como nunca se viu antes. Nossos modelos referenciais nessa área falharam e seus conceitos de moralidade faliram, outros se deixaram levar pela teologia-filosofia-maligna que nega a Soberania de Deus.

A pobreza teológica é visível também em muitos de nossos cursos teológicos, cheios de liberais e neoliberais com suas idéias curtas acerca da Divindade. Também paupérrimos são os conservadores ortodoxos "sistematicamente" bitolados em sua visão de um Deus nada criativo, quase mórbido. Nem um nem outro produzem uma teologia realmente livre, brasileira. Recorrem ao charlatanismo americanizado em livros que nada dizem de novo. São todos compiladores profissionais, copiadores de idéias alheias. Maldita seja a teologia que não produz resultados no ou para o Reino de Deus. Malditos sejam os teólogos de carteirinha que exibem diplomas em seus escritórios ou gabinetes e nada têm de piedade em suas vidas. São religiosos com as mentes treinadas para elaborar sofismas, enriquecem a custa da miserabilidade intelectual de nosso povo evangélico.

Cazuza, cantor e compositor profano, cantou certa vez "meus heróis morreram de overdose/ meus inimigos estão no poder/ ideologia/ eu quero uma pra viver". Causa-nos perplexidade a mudança de rumo daqueles que poderiam ser uma voz profética em nossa nação. Há aqueles que se aproveitam do triste momento histórico-teológico para esbravejar na televisão sua salada em forma de pregações, outros se valem da tal "teologia" doentia da prosperidade, da confissão positiva, do triunfalismo, do misticismo, do fetichismo; valem-se da maldição hereditária, culpam os demônios pelos seus próprios pecados, elaboram teologias pragmáticas-mercantilistas e outros que começaram na base da comunidade, identificando-se com os pobres - leia-se ovelhas -, tornaram-se burgueses elitistas e pastores de si mesmos. São pastores-filósofos, acadêmicos frios e esquisitos, sem noção das necessidades do rebanho, perderam a visão, a compaixão e a simplicidade que há em Cristo.

Meu conceito de teologia livre não é uma teologia sem hermenêutica, sem tradição histórica, sem curso teológico, nem política-libertadora, mas sim teologia simples – não simplória, ingênua – bíblica, com unção do Espírito, teologia pé-no-chão, expressão do Amor e da Soberania de Deus igualmente, teologia pedro-joão-paulo-tiago-ágabo-timóteo-silas-maria-áquila-priscila, teologia primitiva, com sinais genuínos do Reino em nós, sem floreios, sem as amarras do intelectualismo acadêmico ou as ataduras do conservadorismo indolente, sem escritório ou gabinete; comprometida com o rebanho, com o pastoreio de almas, com o Reino de Deus aqui na Terra e com a comunidade. O enriquecimento teológico virá quando voltarmos à Bíblia a exemplo dos reformadores e deixarmos o neo-escolasticismo reinante em nossos cursos e em muitos púlpitos ditos evangélicos. Teologia livre não tem opção preferencial por classes, nem se fixa na pessoa do rico ou em sua conta bancária. É livre, transcende barreiras, sai do templo, vai às ruas, às praças e areópagos da vida, promovendo mudanças espirituais, éticas e sociais.

Pr. Guedes

domingo, 28 de outubro de 2012

VEJAM AS IGREJAS QUE ESTÃO MORRENDO


“Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, mas estás morto. Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus”.

O texto acima faz parte da carta dirigida ao anjo da igreja, o pastor da igreja de Sardes. Entende-se na leitura das cartas dirigidas às igrejas da Ásia que o conteúdo estende-se à membresia e ao estado da congregação. Assim como a igreja de Sardes tem muita igreja, em nossos dias, que vive apenas de fachada e de marketing e mídia. Pensando nisso, comecei a avaliar o que pode levar uma igreja a adoecer e morrer. Tentei reproduzir aqui o perfil de uma igreja moribunda ou morta e de uma liderança sem vida.

Para nossa reflexão: Que carta o Senhor Jesus escreveria para nossas igrejas hoje ou para as lideranças que aí estão?

Perfil das Igrejas que Estão Morrendo.

Igrejas que reduzem o tempo destinado à exposição da Palavra e trocam a Palavra por teatros, jograis e coreografias;
Igrejas que enfatizam o louvor em detrimento do ensino e desprezam a centralidade da Mensagem da Cruz;
Igrejas que acolhem a teologia da prosperidade e empobrecem espiritual e doutrinariamente;
Igrejas que dão ênfase exagerada aos dons espirituais em detrimento da reflexão teológica;
Igrejas (ditas cristãs) que negam a Trindade como rezam as Escrituras Sagradas;
Igrejas que perderam o compromisso com o Evangelismo e Missão;
Igrejas cujo amor pelas almas foi suplantado pelo amor aos cargos eclesiásticos e políticos;
Igrejas cujo sentimento de doação ao próximo, foi sepultado pelo compromisso com seu próprio ego, visão ministerial e projetos;
Igrejas que trocaram a vida piedosa de oração pela agenda de inúmeras festas, algumas de caráter judaico, como se fossem judeus ortodoxos;
Igrejas que perderam o compromisso com a adoração e a consagração de seus membros em nome de uma liturgia oca de significado, vazia, sem base bíblica;
Igrejas que dizem possuir ministérios criativos, mas desprezam o dinamismo do Espírito explícito nas páginas do Livro Sagrado;
Igrejas que optam pelos pobres em nome de uma teologia que alega lutar pela igualdade e inclusão social, mas que, se preciso for, pega em armas para derramar sangue em nome da justiça;
Igrejas que optam pelos ricos, visando os altos e gordos dízimos, para em nome de Deus construir catedrais, onde o ofertante pobre fica em pé ou assenta-se nos últimos bancos;
Igrejas que defendem o casamento entre homossexuais e o aborto;
Igrejas que defendem o homossexualismo no sacerdócio;
Igrejas que tratam o pobre de “irmãozinho” e o rico de “doutor”;
Igrejas que têm opção preferencial pelos formados, políticos e celebridades;
Igrejas que defendem a frouxidão moral frente ao pecado e alargam a porta que Cristo declarou estreita;
Igrejas que sob pretexto de contextualização, mundanizam-se e, nem evangelizam e nem se contextualizam de fato, mas perdem seus membros para as práticas mundanizantes;
Igrejas que priorizam o caixa e não o altar;
Igrejas que pregam liberdade, mas encontram-se presas a escândalos;
Igrejas que escondem suas mazelas nos porões da história da denominação;
Igrejas que fracassam na ação espiritual, social e doutrinária, porque trocaram a visão de seus pioneiros;
Igrejas que vivem de novas “unções”, tais quais: unção da conquista, unção de ousadia, unção da multiplicação;
Igrejas que aumentam em número e diminuem em calor humano;
Igrejas que crescem em patrimônio, mas decrescem em Graça;
Igrejas que avolumam propriedades, mas perdem a essência de ser Igreja;
Igrejas que trocam a Palavra Escrita pela “palavra confessada”;
Igrejas que pregam cura, mas são doentes doutrinariamente;
Igrejas que têm destacada expressão na mídia, mas são omissas na práxis;
Igrejas que defendem a ortodoxia, mas mentem na ortopraxia;
Igrejas cuja liderança visa lucro e não o bem estar espiritual do rebanho;
Igrejas cujos pastores visam a permanência perpétua no poder;
Igrejas cujos líderes promovem os parentes e perseguem e matam os profetas;
Igrejas cujos obreiros descobrem no ministério uma fonte de lucro e desprezam “as mesas”, isto é, o serviço aos santos.

Graças a Deus que mesmo em Sardes ainda há gente comprometida com o Reino e que guardaram as suas vestes sem mancha e que andarão de branco, porquanto são dignas disso.

“Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

Maranata. Ora Vem Senhor Jesus!
Deus abençoe a todos.