terça-feira, 11 de maio de 2010

UMA ESTER NÃO PODE SER NEUTRA (I)

Pr. Flauzilino Araújo dos Santos

Ester 2:15-23; 3:1-2; 8-10; 4:1-14.

(...) Meditar na vida dessa mulher; meditar em seu estado de obediência é muito apropriado para tudo o que Deus nos tem falado e nos tem revelado; é um exemplo para ser imitado, porque esta mulher está na lista daqueles que pela fé e pela paciência alcançaram as promessas. Porém, o que mais me toca acerca deste livro é que apresenta o povo de Deus em um tempo também de crise, como o tempo em que estamos vivendo agora. Estamos vivendo um tempo de crise da historia da humanidade.

O povo de Deus está impotente, sob o ponto de vista humanístico; como a igreja, eu creio que está impotente, no sentido genérico da palavra, em uma nação como o Brasil e em um continente, e também em uma época da história em que a igreja não tem na realidade, como influir e influenciar em uma forma muito poderosa as estruturas do mundo. Nós estamos em minoria, em um sentido social e político, em nossa capacidade de influir estatisticamente no que está acontecendo em nossa nação e em seus processos sociais (...). 

Então povo de Israel estava cativo e impotente na Babilônia e em todo o reino Persa e em toda essa área onde havia sido exilado. Eles não tinham voz, nem voto, nem propriedades e nem direitos. Como nos tempos de Ester, também hoje existem poderes políticos e coletivos que estão no controle em muitos sentidos do que está acontecendo na nossa sociedade, na nossa legislação, na economia e nas esferas de poderes do Brasil e do mundo, e que são influenciados pelo inimigo. E nós não podemos nos manter inertes e neutros diante dessas situações.

O rei Assuero não era um homem que necessariamente era uma pessoa temente a Deus e nesse reino também se levanta outro homem que se chama Hamã, que é como um símbolo do anticristo; um homem que odiava o povo de Deus, um homem sanguinário, cheio de orgulho, de arrogância, presunçoso, egocêntrico, ensimesmado, com desejo de publicação da sua própria glória, e que queria destruir o povo de Deus.
Eu creio que existem nestes tempos espíritos de anticristo que já tem tomado posse do mundo e da terra e ainda de nosso próprio país, e estão instalados até certo ponto em vários centros de poder e de decisões deste País, mas que necessitam ser confrontados e resistidos pelo povo de Deus; e nós não podemos nos manter passivos e neutros, porque o espírito do anticristo, que é o espírito do erro, está levando pessoas, governos, empresas, universidades ao erro e à mentira, em oposição do espírito da verdade; e nós não podemos ser neutros.


1 João 4:3 diz “e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem, e presentemente já está no mundo”. Então vamos entender com ajuda do Espírito Santo que não estou me referido a uma pessoa em particular; também não estou me referido a um partido político, mas ao sistema total, que, eu creio, está afetado pelo espírito do anticristo e que milita contra os valores do Reino de Deus, os valores da Igreja, os valores do Evangelho e do Espírito Santo. Os valores deste mundo dizem respeito à secularização, ao racionalismo, ao humanismo, ao orgulho humano, à concupiscência dos olhos, à concupiscência da carne, e a soberba da vida e a todas as coisas que se levantam contra o conhecimento de Cristo. Mas nós temos a mente de Cristo e Deus, em Cristo, mediante o Espírito Santo, nos dá uma capacitação sobrenatural para identificar e para distinguir o espírito da verdade e o espírito do erro. Essa capacitação espiritual pode ser chamada de discernimento. Em 1 Coríntios 2:14-15 diz: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o (homem ou a mulher) que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (...) E nós não podemos ser neutros diante de tal constatação.

O que é ser neutro? O que significa esse adjetivo – neutro? O dicionário da língua portuguesa Houaiss traz os seguintes significados para o vocábulo neutro:
Que não se posiciona;
Que se abstêm de tomar partido;
Que não se envolve com (alguém ou algo); 
Que não se compromete com (alguém ou algo);
Sem clareza, imparcial, impreciso, indefinido, vago, indiferente;
Que não se engaja;
Insensível; neutral.
O crente não pode ser neutro.

E Hamã, para mim, representa esses espíritos de anticristo que odeiam os valores da Palavra de Deus e que querem roubar, matar e destruir a nossa fé e exterminar os servos e as servas de Deus. O adversário tem ódio do Reino de Deus, e tem ódio da igreja de Jesus, que é a noiva do Cordeiro.
Nós não podemos ficar surpresos com o ódio do mundo; não podemos ficar surpresos quando somos odiados pelo mundo; menosprezados pelo mundo; ignorados pelo mundo; caluniados pelo mundo - porque Jesus já nos advertiu em João 15:19 dizendo: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece”.
Em João 17:14-16 quando Jesus ora ao Pai por seus discípulos e também ora por nós, porque ele orou também por aqueles que haveriam de crer na Sua Palavra também e Ele disse: “Pai: Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livre do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou”.
Com esse entendimento da nossa responsabilidade, do nosso comprometimento com Reino de Deus, e do comportamento espiritual e emocional que devemos ter, voltemos para o reinado de Assuero.

Deus estava trabalhando em prol do Seu povo que estava cativo na Babilônia e agora Deus levanta outro homem que se chamava Mardoqueu, que para mim representa o espírito de piedade e de temor a Deus; o espírito e a disposição psicológica de coragem e de renúncia a prostrar-se diante dos poderes da terra; representa um espírito fiel a Deus. Mardoqueu se recusa a prostrar-se diante de Hamã, e Hamã está cada vez mais ganhando ascendência, força e importância diante do rei; a cada dia ele ganha mais poder e vai se tornando como o ministro favorito do rei Assuero e então, agora que Hamã está fortalecido ele quer fazer valer o seu ódio contra o povo de Deus. Mardoqueu representa, em minha opinião, a determinação e os interesses dos crentes e da igreja que querem manter vivo o evangelho em meio de situações difíceis e que se recusam a dobrar-se e por isso, suportam hostilidade e perseguição do reino das trevas.E Deus está vendo mais além, eu creio que neste tempo quando nós vemos o que está acontecendo com o mundo, não há como não se encher de angústia. Jesus disse em Lucas 17:26-29 que os dias que precedem a sua vinda seriam semelhantes aos dias de Noé e aos dias de Ló.

Pela similitude de nossos dias com os dias de Ló, pois em Lucas 17:28 diz que os dias que precedem a vinda de Cristo são semelhantes aos dias de Ló em que as pessoas estavam completamente envolvidas consigo mesmas: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. As pessoas continuaram envolvidas com e absorvidas com as atividades rotineiras da vida como se elas fossem permanentes, até que choveu do céu fogo e enxofre e consumiu a todos. Jesus disse em Lucas 17:30 que “Assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar”. Então pela similitude de nossos dias, com os dias de Ló, não há como não se angustiar, como Ló se angustiava nos seus dias, com o panorama que vemos e ouvimos. Em 2 Pedro 2:7 diz que Ló, habitando entre homens e mulheres dissolutos e abomináveis, afligia todos os dias a sua alma justa, pelo que via e ouvia sobre as suas obras injustas. Sintomaticamente, um dos pecados que se grassava na sociedade de Sodoma era o homossexualismo; daí a palavra sodomia. Era um pecado que se alastrava e se multiplicava, mas era um pecado simpático; era um pecado popular; e a cada dia aumentava o número dos adeptos e simpatizantes, até que Deus resolveu destruir aquela cidade com os seus habitantes.

Quantos sabem que Deus pensa estrategicamente? Deus não é um expectador. Ele se assenta no globo da terra não como um expectador. Deus não está se divertindo como que assentado em uma roda gigante global. Ele está preparando as peças; é tudo excelentemente técnico; é tudo planejado; é tudo exato. Em Isaías 40:22 diz “Ele é o que está assentado sobre o globo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; ele é o que estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar”.

Há uma grande infestação de poderes demoníacos sobre a terra – são espíritos (ou demônios) aliados do anticristo e dos anticristos, influenciando a arte, a cultura, a religião, os costumes, a comida, a música, a economia, a medicina, a arquitetura, os esportes, a tecnologia e as ciências do conhecimento humano em geral. Isso está acontecendo com muita velocidade e envolve pessoas que, na verdade, consciente ou inconscientemente, são associados espirituais do anticristo ou dos anticristos (...). 

Porém, acima dessa grande presença demoníaca nos ares, o Senhor está olhando de uma forma soberana, para este cenário. E Ele não expectador; ele é o autor e o consumador de todas as coisas. Deus não está cansado; Deus não está estressado; Deus não está sonolento; Deus não está assustado; Deus não está improvisando situações; Ele está no controle total e absoluto. Isaías 40:28 “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, nem se cansa, nem se fatiga?”

Eu sempre tenho crido que Deus está no controle, e que Deus está fazendo as coisas como Ele quer, no Seu momento; nem antes, nem depois, mas no momento exato; na plenitude dos tempos.
(Continua)


Pr. Flauzilino de Araújo dos Santos, é pastor da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Vila Nova, Campinas, é membro da diretoria da Igreja Assembleia de Deus em Campinas, presidida pelo Pr. Paulo Freire. Também é o proprietário-responsável pelos sites www.assembleia.org.br e www.telepaz.com.br, onde o auxilio como conselheiro e intercessor. O Dr. Flauzilino tem muitos outros títulos que não convém expor aqui e nem ele os quereria ver publicado, posto que é um homem humilde e que fez profissão de servir a Deus.


Esse brilhante sermão foi pregado pelo nobre pastor por ocasião da passagem de ano em sua congregação. Peço desculpas por editá-lo, mas, devido ao volume do conteúdo, achei por bem fazê-lo para tornar viável a publicação nesse blog. Em breve publicarei a segunda parte. 


Maranata. Ora Vem Senhor Jesus!
Deus abençoe a todos. 

8 comentários:

Silas Nunes disse...

Caro Pr Guedes, a paz de Jesus.
Excelente o texto do Pr Flauzilino, é um retrato do nosso momento, essa influência terrível do espírito do erro em nossas mentes e nas mentes de nossos filhos. Temos que nos apegar à Palavra do Senhor para viver esses dias com integridade e inculcar os princípios da Palavra no coração de nossos filhos.
Como é triste ver os jovens se perdendo no hedonismo: observe a revista Veja desta semana (reportagem de capa) e o programa "Profissão Reporter" (do dia 11/05/10), qual seria a agenda oculta dessas reportagens, senão a operação do espírito do erro?
De acordo com a Bíblia homossexualismo é pecado, mas eles não querem saber da Bíblia nem do Deus da Bíblia...Que Deus tenha misericórdia desses jovens e nos capacite a ensinar os nossos filhos.
Paz!

Pastor Guedes disse...

Prezado Silas, a Paz!

De fato a mensagem é muito atual e muito esclarecedora.

Também vi a capa da Revista Veja e fiquei indignado. Vejo que cada vez mais as coisas convergem para o fim e esse movimento está ganhando maior força. A Igreja não pode ser omissa, mas vejo que as lideranças das igrejas evangélicas estão fazendo pouco ou quase nada para combater esse avanço. Que fique bem entendido que "combater" é pregar o Evangelho e orar pela situação caótica do mundo, resgatando essas vidas, pois muitos deles têm ciência de que o homossexualismo é imoral, contudo, por não poderem se libertar, aceitam como normal. É semelhante ao caso da bebida, do adultério e outros males, que pelo fato da sociedade não ter padrões morais para combater, resolve assumir como natural.

Grande abraço e volte sempre. Seus comentários enriquecem muito este espaço.

Forte abraço.
No Amor de Cristo!

Anônimo disse...

Olá, venho acompanhando seu blog e gostaria de pedir uma gentileza, se o querido Pastor poderia escrever uma mensagem especifica para eu colocar em meu blog, falando sobre seguir a Jesus, será muito gratificante para mim e para todos os que leitores, fico aguardando a resposta, desde já agradeço e que Deus abençoe sua vida.

Pastor Guedes disse...

Prezada Irmã Sandra Regina,

Agradeço pela visita e pelo comentário.

Quanto ao texto sobre seguir a Jesus, terei o maior prazer em escrever e enviar para seu endereço.

Abraço,
No Amor de Cristo!

Anônimo disse...

Paz do Senhor
Obrigada pela atenção que o Senhor abençoe grandemente sua vida, fico aguardando..Amém

Anônimo disse...

Pastor Guedes, gostaria que me explicasse aonde são aplicados os recursos, doações, dízimos recolhidos nos templos, pois parece não haver controle nem pela igreja nem pelo governo. O que acha, por favor uma explicação sincera. Paulo

Pastor Guedes disse...

Prezado Anônimo,

Agradeço por sua visita.

Como você frisou em outro comentário que não é evangélico, eu gostaria de afirmar que não é somente a igreja evangélica que recolhe dízimos e que não paga impostos (ou não tem quaisquer ajuda oficial do governo). Trata-se de todas as igrejas no cenário religioso, uma vez que o nosso país se diz laico.

Todavia, a sua pergunta é acerca da administração desses numerários. Pois bem, a igreja tem despesas como as demais organizações e entre elas podemos citar: manutenção com água, luz e telefones; folha salarial de funcionários nas sedes com segurança e limpeza (inclusive material de limpeza), reformas e construções de templos, aluguel de templos não-próprios, salário de alguns pastores e ajuda de custo para outros, expansão da igreja com a obra missionária, manutenção de abrigos, escolas, hospitais, entre outros.

Se os recurso não são bem administrados nas milhares de igrejas espalhadas pelo Brasil, cabe realmente uma nova discussão. A propósito, eu sou a favor de que as igrejas paguem impostos para desmascarar muita coisa ilícita que se faz em nome de Deus e acabar com algumas igrejolas que servem de fachada para justificar atividades outras. Embora reconheça que o trabalho social que as igrejas desenvolvem, seja o suficiente para serem isentas de impostos, todavia, igrejas há que não honram com esse compromisso social e envergonham o Reino e o Nome de Deus.

Abraço.

Anônimo disse...

conheçam ... www.convertidos.com.br

pregaçoes


a paz a todos !!!!