terça-feira, 13 de outubro de 2009

PADROEIRA DE QUEM?!

Dia 12 de outubro ficou conhecido no calendário oficial dessa terra de predominância católica como o dia da Padroeira do Brasil. Padroeiro ou padroeira é um santo a quem é dedicado uma localidade ou um povo e a quem esse povo reivindica ou pede proteção. Fico indignado (aliás, sou indignado com muita coisa!). Como um país que se diz laico - pelo menos até à nova investida do Papa junto ao Lula e ao Congresso (que, diga-se, tem maioria absoluta católica e aprova o que quiser em termos de religião) - pode paralisar suas atividades por conta de um feriado religioso?! Se não fosse o famigerado dia das crianças e esse feriado seria uma data amarga para a igreja evangélica que não tem data para comemorar em um país onde quem manda mesmo é a cúpula romana.

Se somos cerca de vinte milhões de assembleianos (todos os ministérios) e se chegamos ao impressionante número de cinquenta milhões de evangélicos (todas as denominações), como querem alguns, onde está a nossa força, nossa representatividade na prática? Sabemos que "o maior país católico do mundo" como prega a igreja católica e os católicos que gostam de serem enganados, é na verdade um país sincretista: católico-espírita e agora hinduísta (a Globo descobriu o novo Caminho das Índias).

Causa-me constrangimento ver a Rede Globo de Televisão fazendo menção diuturna às festas católicas e nenhuma nota sobre as atividades do povo de Deus. Mostram imagens de esculturas feias que são abominação aos olhos de Deus (Ex. 20.3ss; Salmo 115; Is. 42.8 e muitas outras passagens) desfilando pelas ruas e as pessoas fazendo um esforço sobre-humano para tocar nessas abominações. Milhões vão às ruas para adorarem um falso deus, um intercessor de mentira, um santo canonizado por interesses puramente políticos e estratégicos da Cúria de Roma.

Quando eu nasci me disseram que eu era católico, fui batizado sem saber o que significava aquele gesto, recebi nome de santo e permaneci católico. A maioria de nossos conterrâneos são católicos assim, sem saberem o porquê de serem. Estive em vias de entrar no seminário para ser Padre e quase abracei a vocação. E tudo isso por conta de uma catolicidade que eu nunca abraçara de fato.

No Brasil quase não se prega mais contra a idolaria, mas foi assim que a Igreja Evangélica Assembleia de Deus cresceu nesse país. Nossos primeiros pais foram apedrejados e perseguidos a ponto de alguns serem presos e mortos. Desbravaram o sertão, a selva amazônica, as regiões ribeirinhas, bem como os grandes centros urbanos, e nos entregaram uma igreja forte e saudável. E hoje o que estamos fazendo com o Evangelho? Por que não pregamos contra os ídolos? Elegemos pregadores segundo os nossos gostos e ficamos diante da televisão apreciando, em muitos casos, uma verborragia barata, vazia, oca, um número enorme de pregadores prolixos de mídia, que nunca colocaram o pé na lama de uma favela, nunca passaram uma noite debaixo de uma árvore, nunca "comeram" o pó da estrada de terra, nunca abraçaram uma criança desnutrida e nunca pregaram contra a idolatria.

O Brasil é, sem dúvida, um dos maiores países idólatras do mundo, perdendo talvez somente para a Índia no Oriente. A Grécia dos tempos de Paulo, a Atenas de Atos dos Apóstolos 17, não eram diferentes. Somente para lembrar que Paulo e alguns poucos discípulos cheios do Espírito Santo, mudaram a história da cidade de Éfeso, o Evangelho esvaziou o enorme templo da grande deusa Diana e alvoroçou toda a região da Ásia. A questão de Demétrius era que Paulo pregava e ensinava que não são deuses os que são feitos por mãos humanas (At.19).

Não aceito esse feriado, por isso ontem trabalhei o dia inteiro. Abomino as mentiras que a Igreja Católica me ensinou e por elas quase me levou ao Inferno. Louvo a Deus pela vida do irmão Antônio de Pádua, um jovem, que sem teologia e sem estratégia de crescimento, evangelizou-me na Escola e mostrou-me na Bíblia que "o ídolo nada é". Desde aquele dia 12 de setembro de 1982 que a Verdade prevaleceu em minha vida e desde esse dia eu abomino a idolatria. Dia 12 de outubro no Brasil deveria ser dia de oração e manifestação pacífica da igreja evangélica, dizendo que não aceita esse calendário religioso com privilégio católico. Onde está o feriado nacional do Dia da Bíblia? Onde está o feriado nacional do Yom Kippur dos judeus e os feriados budistas, mulçumanos, onde estão?! Alguém pode argumentar que somos minoria, mas a questão não é de maioria ou minoria, e sim de laicidade, de separação entre Estado e Igreja, do Estado não assumir poder religioso e a Igreja não assumir poder temporal ou político.

Maranata. Ora vem Senhor Jesus!

Deus abençoe a todos.

6 comentários:

Unknown disse...

Prezado Pr. Guedes,

Compartilho de seu sentimento e creio que a Igreja poderia tomar uma postura evangelística mais firme contra a mentira da idolatria. As autoridades evangélicas precisam deixar essa mesmice de apresentarem projetos com nome de pastores para placa de ruas e votarem coisas mais sérias para o destino de nossa nação.

A Paz!

Pastor Guedes disse...

Prezada Regeane,

É verdade. Tanto as autoridades políticas evangélicas como as eclesiásticas têm que assumir nosso papel de igreja evangelizadora e combater o pecado.

A Paz!

Anônimo disse...

Prezado Pastor Paulo,

Tentarei ser o menos ofensivo e até mesmo defensivo, mas apenas esclarecedor.

É importante diferenciar aquilo que a Igreja Católica ensina daquilo que alguns fiéis (às vezes até católico-espírita, sendo isso uma mentira, por não ser possível) fazem.

Esse feriado, é dedicado à mãe de Jesus, sob o título "Nossa Senhora Aparecida", devido à Aparição da mesma em SP. Nesse sentido, vale a pena falar sobre o cuidado que todos os Cristãos devem ter em afirmar e lutar por uma LAICIDADE do Estado. Afinal, da mesma forma que a luta se trava para retirar um feriado dedicado à MÃE DE JESUS (bem mais importante que Tiradentes, por exemplo), afirmando que o estado é laico, não se poderá reclamar quando o ESTADO LAICO continuar aprovando o aborto, a liberação do uso de drogas e outras coisas que atentam contra a vida. Afinal, nós cristãos devemos lutar por ela, mas se lutamos sempre pela laicidade, podemos contribuir para um estado amoral ou imoral

Quanto ao termo IDOLATRIA frequentemente utilizado pelo senhor e por vários, tb se faz necessário dizer que a Igreja não ensina a IDOLATRAR ninguém, pois tudo o que falamos de Maria, é em vista dos méritos de seu filho Jesus.

O ponto divergente entre os protestantes e os católicos, é quanto à intercessão dos santos e em especial de Maria. A essa intercessão, a igreja denomina dulia (VENERAÇÃO) e apenas à Deus o culto de LATRIA (adoração). Vale lembrar, que esse culto de dulia já era mencionado desde os primórdios da Igreja, antes mesmo da Reforma. Alguns nomes da Igreja Primitiva dos primeiros séculos que falavam sobre:
São Jerônimo 340-420 (traduziu a bíblia do grego para o latim)
Santo Hilário de Poitiers 310—367
São Cirilo de Jerusalém 315-386

Finalizo chamando atenção para João 17, onde Jesus nos chama à unidade e ratifico o pedido da Igreja Católica de buscarmos o que nos une, JESUS. Se ao invés de lutarmos contra nós mesmos (cristãos) nos uníssemos para tirar os corruptos do poder, para não terem aprovado o aborto, não ser aprovada a união homossexual, a legalização das drogas etc... daríamos um testemunho maior e, quem sabe, um Gandhi da vida poderia ser convertido pela poder do Espírito Santo que nos faz lutar pela vida e pelos irmãos que sofrem (para os quais Jesus veio)

Shalom para todos!!!
Jesus, nosso Deus amado!
Maria, nossa mãe na ordem da graça!

Rinaldo Moreira da Silva
(amigo do Claudemir, seu aluno, que me pediu para comentar)

Pastor Guedes disse...

Prezado Rinaldo,

Como minha resposta não coube aqui nesse espaço, resolvi criar um post com a resposta que preparei. O post terá o título de Resposta a um Amigo católico, ok?

Deus lhe abençoe

Pastor Guedes

Cogitare Epstemologia disse...

Unamos, deixemos esse fato do feriado para aqueles que tem suas convicções! aquem interessa essa velha e nova informação?

Pastor Guedes disse...

Caro Helder,

Se não interessa a você, interessa a outros.

União, sim. A qualquer preço não.

Abraço.